ITABUNA: Câmara realiza sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Políticas públicas e programas para as mulheres de Itabuna foram temas da sessão especial para marcar o Dia Internacional da Mulher, na Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira, 8 de março. A vereadora Wilma (PCdoB), presidente da Comissão de Políticas de Defesa dos Direitos das Mulheres, foi a autora do pedido de sessão.

Wilmaci é a única representante feminina da legislatura e convidou para a Mesa, a advogada Andréa Peixoto, presidente da Comissão da Mulher na OAB Itabuna; a cientista social Eva Dayane; professora Ivone Miranda (doutoranda e mestra em Estado e Sociedade (PPGES – UFSB), integrante da Rede Feminista e MNU (Movimento Negro Unificado), além da Tenente PM Nalygia Feitosa, comandante da Ronda Maria da Penha.

Para a vereadora foi um debate transparente. “O debate é necessário, porque aqui não é guerra do sexo, aqui é luta do empoderamento das mulheres, temos condição de estar em todos os espaços e quando vamos verificar os dados, nós estamos sub-representadas nos espaços de poder, de decisão, nos cargos considerados relevantes, então acho pertinente a sessão para tratar essa pauta tão importante para o desenvolvimento da nossa cidade.”

Sobre políticas públicas, a professora Ivone defendeu mudanças na delegacia da mulher. “É uma luta nossa do movimento feminista a localização da delegacia da mulher, hoje está no lugar errado, ela precisa estar no lugar de fácil acesso para as mulheres, principalmente da periferia, funcionar 24 horas e finais de semana, já que é quando acontece mais agressões. Em relação ao SUS, nós também não concordamos com Outubro Rosa, que enche a cidade de balão na luta contra o câncer de mama, mas a mulher não tem acesso para fazer o exame da mama e ultrassom. O SUS precisa atender a saúde da mulher pois está na Constituição. Outubro Rosa tem que ser um momento de uma campanha de massa para que todas as mulheres possam de fato fazer os seus exames de prevenção.”

A advogada Andréa, chamou atenção dos vereadores em relação aos projetos que já estão na Câmara. “A Bahia é o terceiro no ranking de feminicídio no Brasil, ou seja, é hiper alarmante. O que a gente considera algo extremamente preocupante é que enquanto a gente não tiver a união entre homens e mulheres, muita coisa vai ser difícil. A gente precisa não só desse debate somente, mas sim que os homens juntem-se a nós na luta para implantar as políticas públicas. Temos projetos que já foram apresentados nesta Casa e precisamos que deem seguimento.” frisou.

A cientista Eva, levantou os dados de violência doméstica no ano passado. “Os disques 100 e 180 receberam 105.845 denúncias de violência doméstica e contra mulher em 2020. Vocês tiram todas as delegacias e todas as outras estruturas que a sociedade tem de denúncia, inclusive a empresa Magazine Luiza tem um botão no seu aplicativo de denúncia de violência contra mulher. No Brasil inteiro temos apenas 400 delegacias especializadas de Atendimento à Mulher. Só no estado da Bahia nós temos mais de 300 municípios e no Brasil inteiro só temos 400 delegacias e isso é uma política que precisa ser encarada de frente.” declarou.

A Ten PM Nalygia Feitosa, comandante da Ronda Maria da Penha, alertou sobre como se revela um relacionamento abusivo. “Não tem como não ter medo de não ser agredida e eu digo para as mulheres, sempre fortaleçam-se empodere-se, porque eu desconheço um feminicídio que começou com tiro, ele começa a matar ela aos poucos. Sempre digo, no início do relacionamento abusivo, cuidado quando um homem começa a querer proteger demais a mulher, a tomar seu lugar de fala, não permite onde ela anda, onde ela vai, é um caminho que diz, confie desconfiando. O relacionamento abusivo é o início da violência. É muito visível isso quando acontece um feminicídio.” aponta.

A vereadora Wilma finalizou agradecendo a presença dos vereadores que participaram com sugestões. “Saímos daqui com a sensação de que valeu a pena, que algumas sementes foram plantadas e certamente dará fruto lá na frente em projetos que vão melhorar a vida de nossas mulheres. Não é uma luta sexista, é uma luta unificada com os homens pois é urgente na nossa sociedade em face à essa violência estrutural e sistemática que recai sobre as costas das mulheres com maior agressividade.” disse.

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