Neste segundo artigo sobre uma Itabuna “mais Inclusiva”, vamos enfatizar números, que inconscientemente calamos, mas Itabuna ostenta, e nos remete a uma incômoda posição de “riscos social”. Assim a “luz vermelha” da solidariedade permanece acesa em nossa cidade, indicando que decisões do que é prioritário e humanamente justo reveste-se como emergencial para uma convivência pacifica e afetuosa com todos Itabunenses: 43% dos nossos irmãos e irmãs encontram-se abaixo da linha da pobreza, significando fome e miséria para 43 em cada 100 pessoas; e mais 50% de nossa população encontram-se empobrecidos.
Residem em Itabuna 213.685 pessoas, destes, absurdamente 93.177 permitimos, não sabemos bem por quê, que fossem “invisibilizados” por um sistema excludente que apenas os transformam em meros números e dados que envergonham, reconhece-los como tal, torna imperativo a qualquer sociedade que respeite a vida e o bem-estar do próximo.
Se fizermos um recorte nesse nefasto número, ou dado, com certeza teremos: quanto a questão de gênero uma predominância de mulheres solteiras, idosas e adolescentes, na sua maioria negra que ainda lhe cabem o cuidar das crianças, trabalho domestico e da família; “desigualdade de gênero” resulta na escassez ou ausência de serviços e políticas públicas.
Esse “retrato, ainda esconde danos na saúde, na educação e no meio ambiente, que serão sentidos somente ao longo de gerações e não tem se constituído como preocupação pelo poder público municipal. Possuímos nada menos que 13% de desempregados diante de uma disparada nos preços da comida, da energia, do gás de cozinha que vitimam justamente os mais pobres.
Assim como possibilidade de mudança desta realidade, seria no plano concreto, por experiências comprovadas em outros municípios do Brasil, a “Aliança de Produção Cooperativa”, onde ao mesmo tempo a população desenvolveria suas aptidões natas de solidariedade, qualificação profissional e como consequência geraria renda que induziria a mudança do quadro social de pobreza que hoje compromete a qualidade de vida.
Poderíamos atuar na produção de corte/costura/aviamentos; fardamento/uniformes para alunos da rede municipal de educação, empresas e instituições públicas. Este espaço produtivo gera negócios, renda e receitas, mobiliza e move a microeconomia dos bairros, tendo como consequência e princípio básico a DIGNIDADE HUMANA. Atrelado a esse processo Itabuna precisará de um conjunto de legislações que fomente a estruturação de cooperativas, e dê condições e incentive grandes empresas locais a consumirem produtos e serviços dessas redes cooperativadas.
É imprescindível a determinação e mobilização de todo o poder público municipal para garantir a efetividade de ações publica da envergadura dessa proposta, que além dos seus efeitos socioeconômicos, por ser inclusiva imponha-se acima das questões pela sua condição ética e moral.
O Senador Jaques Wagner sempre enfatizou: “a melhor política pública é a geração de emprego e renda”. Nós itabunenses precisamos praticar a inclusão social de forma rotineira e consequente, na solução destes problemas para que não nos levem a pensar que não temos capacidade de modifica-los.
Lanns Almeida é itabunense, engenheiro agrônomo, companheiro de Cidinha, pai de Dudu e Victor, filiado ao Partido dos Trabalhadores
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