ISSO NÃO, VALE: O grito de Itabuna por respeito e investimentos

Por Andreyver Lima

A Câmara de Vereadores de Itabuna realizou uma audiência pública nesta terça-feira (28), com um tema que acende um alerta vermelho para o futuro socioeconômico do Sul da Bahia: a possível venda da Bahia Mineração (Bamin) para a Vale. O cerne da preocupação? A suspeita de que a gigante da mineração não teria interesse em concluir o Porto Sul, preferindo deslocar suas operações portuárias para o Espírito Santo.

O debate reuniu vereadores, empresários e representantes da sociedade civil organizada. A inquietação é justificável: a eventual mudança na estratégia logística da Vale não só comprometeria o Porto Sul, mas também colocaria em xeque a conclusão do trecho Caetité-Ilhéus da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Um golpe duro para uma região que precisa de investimentos estruturantes para garantir empregos e competitividade econômica.

A Vale, o Espírito Santo e a lógica financeira

É evidente que, do ponto de vista econômico, operar pelo Espírito Santo pode ser mais conveniente para a Vale. Mas a questão aqui não é só logística; é geopolítica regional. A construção da Fiol e a ativação do Porto Sul não são apenas obras de engenharia, mas pilares de desenvolvimento de grandes projetos econômicos nacionais.

O especialista em mineração Herder Mendonça e o empresário Luiz Uaquim deixaram claro durante o debate: o abandono do Porto Sul representaria uma catástrofe para os sonhos de crescimento econômico da região. Sem ferrovia e sem porto, o Sul da Bahia ficaria refém de uma economia precária e altamente vulnerável.

Mobilização ou subserviência

O presidente da Câmara, Manoel Porfírio, ecoou o sentimento de urgência: “O Sul da Bahia é maior que a Vale”, disse ele, com razão. Não se trata de esmola; trata-se de exigir responsabilidade de uma empresa que lucra bilhões com recursos naturais brasileiros.

A mobilização dos vereadores precisa ganhar força, envolvendo o Governo do Estado e pressionando a Assembleia Legislativa e o Governo Federal. A Bahia não pode ser tratada como coadjuvante em sua própria história.

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