Pandemias: Uma na saúde e outra nas redes sociais

Estamos num momento de extrema dificuldade, enfrentando duas pandemias – uma na saúde e outra nas redes sociais devido a uma série de desinformações baseadas nos achismos e ou nas maldades produzidas deliberadamente com o propósito de incentivar o obscurantismo. As redes sociais acabam potencializadas pelo comportamento do presidente da República, que persiste em se contrapor à ciência.
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O conflito de posicionamento entre ele e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por exemplo, serve de adubo e frutifica as contra-informações, as fake news. Os mensageiros de boas novas e do apocalipse fazem os seus plantios nesse terreno fértil e disponível à reprodução do ódio presente em grande parte das postagens e dos diálogos no mundo virtual. Importante destacar que essa  ferramenta está ainda mais potencializada durante o período de confinamento social.
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Essas narrativas em nada contribuem para o enfrentamento ao vírus. É necessário termos compreensão do momento vivido e que este exige união de todos e respeito às orientações das autoridades de saúde do Brasil e internacionais. Precisamos ter atenção com o comportamento social e as medidas adotadas na saúde e na economia e os resultados alcançados por países que já atingiram ou estão no pico da Covid-19. Essas experiências servem de parâmetros para nosso discernimento e mitigação das dificuldades.
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Partidarizar o debate, por mais justo que pareça, acaba sendo um atestado de falta de consciência individual e de cidadania. Até o uso de uma medicação passou a seguir a politização e a polarização, mesmo diante do constante chamamento dos pesquisadores e dos médicos, que, em grande maioria, não negam que esse e outros remédios fazem parte das tentativas de enfrentamento ao novo vírus para recuperação dos pacientes da Covid-19. As medicações em uso estão sendo estudadas em laboratórios e novas fórmulas podem surgir na perspectiva de tratamento da doença. Compreendamos que toda medicação deve ser prescrita pelos médicos aos pacientes, evitando desdobramentos que prejudiquem a saúde dos mesmos ou que os levem à morte.
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Esperamos que haja um pacto em favor da vida. Que as autoridades possam, a partir dos seus papéis constitucionais e científicos, ajudar no esforço por meio da formulação de políticas públicas que garantam a saúde e a manutenção da economia, se necessário, abrindo mão das metas fiscais e usando as reservas internacionais. Estamos diante de uma guerra, portanto, precisamos agir dentro dessa perspectiva. É hora de esquecermos nossas diferenças e reforçarmos nossas semelhanças em favor da vida e do país. Que as nossas ideologias sejam colocadas em prática em outro momento da luta democrática e não agora.
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Rosivaldo Pinheiro
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