Artigo: No país da diversidade, ser diferente mata

Você já parou para supor que poderia ser agredido apenas por existir? E por abraçar, beijar ou andar de mãos dadas com alguém que você ama?

Os LGBTs todos os dias. Porém, não é apenas suposição. É sentido na pele todos os dias a violência física e verbal e a discriminação.

O Brasil orgulha-se de ser uma terra paradisíaca construída a partir das misturas e diferenças, sobretudo apresenta anualmente índices gritantes de violência contra pessoas LGBT.

Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, em 2017, uma pessoa LGBT foi assassinada por crime de ódio a cada 19 horas. Em 2018, foi um LGBT morto a cada 20 horas. A violência persistente contra este grupo não dá sinais de estar próxima do fim; pelo contrário, em um contexto de ascensão de forças conservadoras, multiplicam-se os casos de agressões e atentados contra pessoas LGBT.

Acrescentamos a isso a falta de interesse de algumas autoridades além do despreparo para tratar do assunto além da falta de uma lei que criminalize estes tipos de agressão, sem falar numa sociedade que, em boa parte, acredita que a LGBTfobia não existe e, consequentemente, não precisa ser combatida.

A violência não está apenas nas ruas e não vem exclusivamente de desconhecidos. Ela está presente em todos os meios da sociedade e pode surgir de quem menos se espera. Pais, mães, irmãos, colegas de trabalho e etc.

Sem essas informações precisas de que a LGBTfobia e grave no Brasil, é muito mais difícil avançar com políticas públicas que respondam ao problema. Falta educação nas escolas, com conversas que abordem orientação sexual e identidade de gênero, pautando sobretudo a necessidade do respeito com as diferenças.

Esperamos que a aprovação do projeto que prevê a criminalização do lgbtfobia, seja um marco histórico na luta da população LGBTQIA+, e um passo na construção de uma sociedade onde as questões individuais não sejam motivo para desqualificação moral legitimando atos de violência.

Mesmo que criminalizar não seja a solução conclusiva, a gente pode começar a sonhar com a construção de uma segurança social para que um beijo, um carinho, o toque da mão deixe de ser gatilho para ser só o que deve ser: uma demonstração de amor.

Por Júnior Paim –
Estudante de Direito e Assessor Parlamentar

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