A sessão da Câmara de Itabuna desta terça-feira (11), foi marcada por um intenso debate entre o vereador Delegado Clodovil (PL) e o presidente da Casa, Manoel Porfírio (PT). O delegado cobrou medidas mais duras contra a utilização desordenada de equipamentos sonoros conhecidos como “paredões”, alegando que o problema se tornou insustentável, especialmente na periferia e nos condomínios.

Durante seu discurso, Clodovil defendeu o endurecimento da legislação municipal, propondo o aumento das multas e a apreensão dos equipamentos utilizados de forma irregular. O vereador destacou que a prática tem causado transtornos à população, dificultando o direito ao silêncio e impactando até mesmo a segurança pública. Segundo ele, moradores são intimidados e, muitas vezes, evitam denunciar os infratores por medo de represálias.
“Não é mais possível que as pessoas sejam obrigadas a conviver com som alto, que invade suas casas a qualquer hora do dia. Precisamos retomar a legislação e aumentar as sanções para garantir a tranquilidade da população”, afirmou.
Clodovil também criticou a falta de fiscalização e apontou que, em alguns casos, a prática foi incentivada por políticos durante o período eleitoral. Ele questionou se o Executivo tem informações sobre a retomada da patrulha do som e sugeriu que a liberação dos equipamentos apreendidos ocorra apenas após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou, se aplicável, um Termo Circunstanciado por crime ambiental.

O embate com o presidente da Câmara ocorreu quando Clodovil usou o termo “repressão” para se referir à necessidade de coibir a prática. Manoel Porfírio interveio, solicitando que o vereador reformulasse a fala.
“Peço que o vereador Clodovil reformule o termo ‘repressão’. Com este presidente e com esta Casa, esse termo não será utilizado”, disse Porfírio.
Clodovil rebateu, argumentando que, como delegado, era natural utilizar o termo, mas que faria a substituição para manter a coerência do discurso. No entanto, o clima esquentou quando o presidente reafirmou sua posição:
“O senhor pode ser delegado na delegacia, mas aqui dentro é representante do povo.”
O vereador insistiu que sua trajetória profissional não poderia ser ignorada e afirmou que separar suas funções seria impossível.
“Se eu conseguisse separar, estaria agindo de forma esquizofrênica”, respondeu Clodovil.
Diante da insistência, Porfírio encerrou a discussão de maneira enfática:
“Vereador Clodovil, nesta Casa sou a maior autoridade. Peço que respeite minha fala. Não concedi o direito de resposta. Corte o microfone do vereador.”
A sessão terminou em clima tenso, com as posturas dos parlamentares sendo sendo julgadas pelo público presente no plenário. O que se viu foi mais do que um desentendimento entre dois parlamentares. Foi um alerta sobre como a autoridade pode ser exercida dentro do Legislativo.
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