Após acordo com órgãos ambientais da Bahia, a empresa de gás natural Bahiagás vai doar 7 mil mudas de essências florestais nativas da mata atlântica e variedades frutíferas para a comunidade indígena da Aldeia Igalha, em Olivença. As mudas serão produzidas pela Biofábrica, a partir de um convênio com a empresa distribuidora de gás natural. O convênio foi assinado na manhã dessa sexta-feira (15), no salão de cerimônias da comunidade indígena, em Olivença.
A Bahiagás executa a ação como forma de pagamento de serviços ambientais em reparação de danos causados ao meio-ambiente com a construção de seu gasoduto no território ilheense. Porém, como explicou seu diretor ambiental José Galindo, a companhia, em vez de simplesmente pagar as multas ambientais aos órgãos de fiscalização, preferiu fazer essa ação de compensação ambiental “junto àqueles que tradicionalmente ocupam e lutam por um território ambientalmente preservado”, afirmou.
Já o presidente da Biofábrica, Jackson Moreira, definiu o convênio como um presente que a instituição ganha, pela relevância e simbolismo da ação. “Produzimos, para além do cacau, mudas de essências florestais e diversas variedades frutíferas. A maior parte de nossos contratos são direcionados a plantio ou replantio de áreas comerciais. Aqui, estamos participando de uma ação extremamente positiva para o meio-ambiente. Parabenizamos a Bahiagás pela iniciativa, e ao povo Tupinambá, que vai ser beneficiado e vai se integrar diretamente a esse projeto tão importante”.
O cacique Nani Sussuarana destacou a importância da ação. Ele avalia que o convênio vai ajudar a recuperar diversas áreas na terra indígena e também vai ajudar na educação ambiental da comunidade. “Vai fortalecer ainda mais a nossa Mãe Natureza aqui na aldeia e nos ajudar a cuidar da nascente do rio Tororomba, que beneficia a todos nessa região”.
O convênio
O documento formalizado nessa sexta-feira prevê ações ambientais em 6,5 hectares, que serão restaurados, reabilitados ou plantados com 7 mil mudas de essências florestais e variedades frutíferas, a exemplo de cacau, goiaba, açaí, graviola entre outras. Serão beneficiadas 150 famílias. O trabalho será desenvolvido pela Biofábrica, que vai atuar desde a produção das mudas até o plantio georreferenciado, com apoio da mão-de-obra da própria comunidade.
Ainda será qualificada força de trabalho da própria comunidade, que atuará como partícipe do projeto e, ao final dos seis meses do convênio, estarão aptos a dar continuidade ao processo de manutenção e recuperação ambiental de outras áreas. “Vamos construir um viveiro para aclimatação das mudas, que, após finalizar o convênio, ainda será utilizado pela comunidade, em um processo contínuo de preservação, conservação e recuperação ambiental na terra indígena”, explica Jackson Moreira.
Pelo convênio, as mudas serão plantadas em áreas de preservação permanente, devidamente georreferenciadas, preferencialmente às margens de corpos d’água e demais áreas de maior apelo sócio-ambiental. As ações devem seguir o que preconiza o Novo Código Florestal.
A cerimônia de assinatura do documento teve, além do cacique Nani Sussuarana, do vereador indígena Cláudio Magalhães e do ancião da aldeia, José Raimundo, uma forte participação das mulheres, com destaque para Duciana e Juerana, da organização das mulheres, e Sueli Araponga, ligada à SPM/ CDDM, bem como de diversas outras lideranças e integrantes da comunidade. Ainda participaram, pela Biofábrica, o diretor Administrativo e Financeiro Valdemir José dos Santos e a Responsável Técnica, engenheira agrônoma doutora Kaleandra Freitas Sena.
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