Pequenas mentiras. Grandes negócios.

Muito presente na vida privada, as mentirinhas, estão também intimamente ligadas à política. E está mais presente nesse mundo da pós-verdade, em que crenças e convicções se sobrepõe a fatos comprováveis.

A Arte da política necessariamente passa pela arte de omitir informações, que são ou não favoráveis ao político. Ela bebe da fonte de exacerbar as informações que são favoráveis até a completa ocultação da verdade. Nesse jogo do mostrar e omitir, a maioria dos cidadãos não se dão conta no que realmente importa, com consequências diferentes à sociedade. A história política brasileira tem suas ‘mentirinhas’, inclusive para deflagração de golpes de estado como no caso de Getúlio Vargas, em que um documento foi fraudado para convencer a população de que o Brasil estava sob ameaça comunista, resultando no golpe do estado novo e o fechamento do Congresso Nacional em 1937.

Ao redor do mundo não é diferente. A mentira está lá sempre, independente do partido político ou da nacionalidade, afinal nem toda mentira é igual, pois há vários tipos de discursos. A mentira acontece quando a informação é claramente falsa, mas é dita pelo político como se fosse verdade e ganha vantagem, saindo na frente dos demais. Entretanto a distorção de dados, enfatizados ou ignorados, também podem ser de acordo com os interesses estão em jogo, tirando o foco da informação que é desfavorável naquele momento. Além da ocultação de informação, quando simplesmente a verdade desaparece.

Existe a mentira justificável que parte de um líder político. O filósofo chinês Confúcio dizia que, quando a verdade prejudicasse uma família ou a Nação, a mentira poderia ser usada. Aristóteles, pensador grego, só aceitava duas maneiras de mentir: diminuindo ou aumentando uma verdade. Na Grécia Antiga, Platão ensinava que “a mentira enfeia a alma, mas é perdoável quando atende a interesses de Estado”.

Desde o renascimento se discorre sobre a utilidade da mentira para conquistar e manter o poder. Os últimos acontecimentos, impulsionados também pelas redes sociais, ampliaram os escândalos, transformando mentiras em contradições como um novo modo de fazer política. Os políticos foram longe demais? Platão talvez sofreria para encontrar uma solução.

Andreyver Lima é comentarista político no Jornal Interativa News 93,7FM e editor do site sejailimitado.com.br

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