Vereadores de Itabuna aprovam sessões remotas e buscam soluções durante pandemia

Protegidos por máscaras, luvas e, mesmo sentados distante uns dos outros, trocando ideias. Foi neste cenário que vereadores itabunenses promoveram uma sessão extraordinária nesta segunda-feira (13), para decidir sobre a forma como ocorrerão as sessões e reuniões de Comissões Técnicas durante a epidemia de coronavírus. No encontro, aprovaram a Resolução nº 02/2020, que autoriza os trabalhos por meio remoto e se posicionaram sobre o cenário de atendimento aos casos suspeitos e confirmados da doença Covid-19 na cidade.

Para o presidente da Casa, Ricardo Xavier (Cidadania), os números divulgados nos últimos dias são de assustar. Mas relatou sobre a busca para não interromper as atividades. “Nós nos reunimos com a Secretaria Parlamentar, o Jurídico e a Controladoria, no sentido de encontrar uma solução para dar continuidade aos trabalhos sem expor os vereadores, servidores e atendendo às recomendações das autoridades de saúde”, esclareceu.

Ele destacou, também, que os edis poderão trabalhar em seus respectivos gabinetes, onde serão respeitados os cuidados com a higiene e será admitida a presença de, no máximo, dois assessores. “É desta forma que estamos dando condições de trabalho aos vereadores neste momento tão difícil”, acrescentou, lembrando entre as medidas anteriores a suspensão temporária do funcionamento e a doação de R$ 150 mil do duodécimo para as ações de combate ao coronavírus.

 

Importância do planejamento

O vereador Enderson Guinho (Cidadania), integrante da Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus em Itabuna, chamou a atenção para a importância de a Casa acompanhar detalhadamente o uso de R$ 23 milhões. Conforme decisão judicial, o município deverá destinar o recurso ao combate à atual pandemia, e não mais a cirurgias bariátricas. Guinho criticou com veemência as frequentes mudanças de local para onde serão direcionados os pacientes acometidos pela Covid-19. 

Afinal, em poucos dias, houve diferentes decisões apontando os hospitais de Base, São Lucas e, por fim, Costa do Cacau. “O que falta até o momento é planejamento. O próprio doutor Eduardo Kowalski disse que pacientes sintomáticos estão indo para o Hospital de Base, mas ainda não há duas entradas [para separar este público]”, pontuou ele, que representa a Câmara na Comissão, junto com o colega Beto Dourado (PSDB).

Charliane Sousa (MDB) frisou que “esse planejamento deve ser urgente”, referindo-se à falta de coletores para exames de casos suspeitos e à escassez de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais diretamente ligados ao serviço de saúde.

Numa linha semelhante, edis mencionaram os impactos financeiros já notados entre a população. Jairo Araújo (PCdoB), por exemplo, falou do choro de uma catadora de latas, por não ter de onde tirar o sustento. E destacou a necessidade de a Secretaria de Assistência Social estar aberta e suprir as carências mais emergenciais.

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