ARTIGO: O real e a perda do poder de compra

por Lorena Bispo – Na data de 1º de julho de 1994, o real é instituído a moeda oficial do Brasil. O plano real combateu a inflação de preços e estabilizou a economia. O novo cenário instaurado, fez com que o poder de compra dos brasileiros fosse recuperado, alimentando assim momentos de otimismo. Comparado aos planos anteriores o Plano Real foi a medida econômica mais eficaz já realizada no país. Em menos de um mês a nova moeda derrotou a hiperinflação. Ainda em julho de 1994, mês de seu lançamento, a inflação havia caído de 47% para 7%, já no mês seguinte em agosto, chegou a 1,86%.

Entretanto, a moeda foi perdendo seu valor ao longo do tempo. Mas o que aconteceu com o Real? Muitos diriam ser problema de oferta e demanda, onde o consumo aumenta e a produtividade não acompanha a procura. Será? Ou seria um governo com uma política fiscal ruim? Não é de agora que a impressão “desgovernada” de dinheiro pelo Banco Central a fim de cobrir buracos nas contas públicas, vem acordando o dragão da inflação.

No governo atual, comportamentos e falas esdrúxulas vem afastando o mercado e deixando o Brasil menos atraente mundo afora. Recentemente o ato populista de substituir o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, ocasionou custos de transição, extrapolou o teto de gastos, e pressionou a inflação.

Inflação ao mês no encerrado de dezembro de 2021 ,0,73%, e ao ano 10,06%, bem acima do teto da meta de 5,25%. A moeda perde ainda mais o seu poder de compra.

Dentre muitos acontecimentos que vem acontecendo no país, o ministro da economia, o senhor Paulo Guedes foi incapaz de prever que com a pandemia da Covid-19, iria haver uma corrida por alimentos no mundo todo e, diante das problemáticas já existentes no Brasil, nossa moeda iria enfraquecer e a inflação iria corroer o poder de compra dos brasileiros. Não foi possível “pensar” em uma política pública onde o produtor continuasse exportando e também deixasse uma parte das commodities no país, aumentando a produção, na tentativa de diminuir impactos nos preços. De onde sairia esse dinheiro? Oras, do fundo eleitoral. Ah! Mas seria esperar muito do governo vigente.

O Brasil está no “piloto automático”, se a inflação aumenta, sobe os juros, e, vice e versa. Sim, é uma maneira do Banco Central não ser o vilão, se ele aumenta juros e ainda assim a inflação sobe, não vai ter ninguém o culpando, mesmo que a maior inflação que vivemos hoje, seja a do produtor, que fechou o acumulado do ano de 2021 em 20,57% (FGV, 2021) maior que o do consumidor que fechou o ano em 10,06% (IBGE, 2021). O dever de casa precisa ser feito. Sim. Mas já não dá para colocar a culpa na Covid-19. O Brasil fecha 2021 com a terceira maior inflação deste milênio. Ressalta-se que a inflação é mundial, todavia, no Brasil o populismo fiscal tem deixado os brasileiros mais pobres, o buraco por aqui é mais embaixo.

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