Afinal, por que Itabuna ainda sofre com as chuvas e o que a Câmara e a Prefeitura fizeram até agora

Em 2021, Itabuna enfrentou a maior cheia do rio Cachoeira – desde 1967, após as fortes chuvas que castigaram a região, na considerada ‘Pior Tragédia da Bahia’, causando estragos, destruindo casas, deixando famílias desabrigadas, levando móveis e a esperança do povo itabunense.

Em 2022, o cenário de destruição permanece na memória dos cidadãos e as nuvens sombrias parecem anunciar um filme que ninguém quer rever.

É neste momento de medo, apreensão e ansiedade, que o povo clama o poder público e seus representantes, para que apresentem uma solução ao problema crônico instalado, que se repete a cada ano.

Mas afinal, o que o poder público deve fazer para acabar com esse sofrimento?

A resposta é simples, mas não é fácil: Investir em Saneamento básico e educação ambiental

Um serviço de infraestrutura muito importante para o desenvolvimento das cidades, que proporciona a melhoria nas condições de saúde e a preservação do meio ambiente.

Obras de saneamento precisam passar por trâmites legais, além da legislação ambiental, que é bastante exigente, resultando num processo complexo, que demanda aprovação de leis municipais, estudos e análises.

Ainda em 2018, os vereadores questionaram a constitucionalidade do Plano Municipal de Saneamento Básico, apresentado pelo prefeito Claudevane Leite (PRB). A contestação surgiu porque a Prefeitura teria implantado aquele instrumento por decreto, ou seja, sem aprovação legislativa, ferindo a Lei Orgânica.

O Plano ainda seria um plágio, sem validade jurídica.

Já em 2020, a Câmara de Itabuna aprovou o novo Marco Regulatório do Saneamento em Itabuna.
A proposta, enviada pelo executivo, além de dispor sobre o controle dos serviços públicos de abastecimento de água, tratava também de esgotamento sanitário e limpeza urbana.

2021: Prefeito de Itabuna, Augusto Castro, em Brasília, com o secretário Nacional de Saneamento Básico, Pedro Maranhão.

Exatamente há um ano, o prefeito Augusto Castro (PSD), apresentou um projeto ao secretário Nacional de Saneamento do Ministério de Desenvolvimento Regional, Pedro Maranhão, que visava investimentos em saneamento básico.

De acordo com a EMASA, Itabuna tem atualmente uma cobertura de coleta e transporte de esgoto de 88%, porém somente 33% do total é tratado. Já em relação ao sistema de drenagem, a cidade é atendida por apenas 15% de redes coletoras de águas pluviais. Muitas delas são estreitas e antigas, datadas dos anos 60.

Este ano, a Emasa e a Prefeitura estão trabalhando na primeira etapa do Projeto Mais Água para a Cidade, investindo pouco mais de R$ 17 milhões. Na segunda fase, com a implantação de dois reservatórios, com capacidade para armazenar três e cinco milhões de litros de água, nos bairros Novo Jaçanã e Novo Lomanto, respectivamente, mais de 80% dos bairros da zona sul de Itabuna terão o fornecimento de água regularizado. A previsão de conclusão das obras é para o primeiro trimestre de 2024.

POR QUE O SANEAMENTO AINDA NÃO É PRIORIDADE

Muitas vezes não nos damos conta de como o saneamento básico é essencial, pois a maior parte da estrutura não está visível. As tubulações estão enterradas e as estações de tratamento de água e esgoto operam em áreas afastadas da cidade, portanto, são pouco lembradas.

Esse é um dos motivos para mais investimentos em revitalizações de áreas urbanas, reformas de escolas e hospitais do que obras de saneamento básico.

O PODER DA COLETA SELETIVA

A coleta seletiva também faz parte deste processo. A exemplo da Central de Triagem, instalada pela Prefeitura no bairro Lomanto, com o envolvimento e apoio de empresas parceiras do Recicla Itabuna de Coleta Seletiva, como CVR Costa do Cacau e Biosanear e a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre).

Os agentes ambientais usam carrinhos manuais para o recolhimento do lixo e depois levam a coleta para a Central de Triagem, onde o material é pesado, separado e vendido pela associação. Ecopontos também já foram instalados em pontos estratégicos para a entrega voluntária dos recicláveis pela população.

Central de Triagem

O papel do cidadão é importante na cobrança por políticas públicas, bem como entendendo que para os avanços acontecerem, são necessárias obras consideráveis nas ruas, que podem interferir temporariamente na rotina da cidade.

SITUAÇÃO DE RISCO

Pontos da cidade estão sendo vistoriados devido a chuva intensa. Durante o mal tempo, emergências devem ser comunicadas à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros, que atendem pelos telefones 199 e 193, respectivamente. A recomendação é que as pessoas evitem enfrentar o mau tempo e observem alteração nas encostas com risco de deslizamento.

Plantão da Emasa atende demanda das chuvas que castigam Itabuna
Pontos a cidade estão sendo vistoriados devido a chuva intensa na cidade
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